quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

<> JOGOS QUE MARCARAM


VASCO 2X0 BOTAFOGO (Taça Guanabara 1965)
(Capitão Brito ergue a Taça Guanabara de 1965)
O Dia em que mane virou joão
O Vasco, que desde 1958 não chegava a uma final, estava pronto para decidir a I Taça Guanabara com o Botafogo. O campeão da taça seria o representante estadual em outra importante competição: a Taça Brasil. A expectativa era enorme e o Botafogo era apontado como o favorito absoluto, pois na partida do turno vencera o Vasco com facilidade: 3x0.
Mané Garrincha, como não poderia deixar de ser, era a grande atração do jogo e um dos principais responsáveis pela presença dos 115.064 torcedores pagantes no Maracanã, no domingo de 5 de setembro de 1965. A renda de Cr$72.927,38 foi recorde absoluto naquele ano, no Rio. Mas infelizmente - para os torcedores do Botafogo - Garrincha não conseguiu repetir a espetacular atuação que tivera na partida do turno, quando deu um verdadeiro "baile" no seu marcador, o lateral-esquerdo Oldair. Para surpresa geral, ou pelo menos dos que não acompanharam os treinos do Vasco naquela semana, os papéis inverteram-se, tendo Oldair passado de "João" a herói máximo da partida: além de ter anulado completamente a Mané e, por extensão, a todo o ataque alvinegro, ainda marcou o primeiro gol de seu time.
O time vascaíno dominou amplamente o seu adversário. Garrincha não conseguia passar uma só vez por Oldair, que o marcava em cima e o desarmava, limpamente, com carrinhos na bola, toda vez que Mané a recebia. Apesar do domínio, o Vasco só conseguiu marcar o primeiro gol aos 40 minutos do primeiro tempo. Oldair recebeu de Zezinho, avançou e, da esquerda da meia-lua da grande área, arrematou. A bola quicou na frente de Manga, que pulou adiantado, e cobriu-o de forma inapelável. Voltando com a mesma disposição para o segundo tempo, o Vasco decidiu o jogo logo no início. Aos 5 minutos, Mário penetrou pela ponta-esquerda, em jogada individual, foi à linha de fundo e cruzou rasteiro. Manga saltou mas não conseguiu cortar o cruzamento e Paulistinha, que vinha na corrida, afobou-se e colocou a bola dentro do seu próprio gol.
Daí para frente o time de Zezé Moreira limitou-se a tocar a bola e explorar os contra-ataques e ainda foi beneficiado com as expulsões de Paulistinha e Roberto, ambas por agressão sem bola ao adversário. No finalzinho houve então o olé, que foi comemorado e cantado em coro pela torcida vascaína nas arquibancadas. O capitão Brito levantou a taça para delírio da galera, que na saída do estádio ainda gritava o tradicional "1, 2, 3, Botafogo é freguês", e um novo refrão, "Garrincha foi João, e o Vasco é campeão".


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